quinta-feira, 30 de outubro de 2008

"Um dia uma pessoa me falou que a minha falta de malicia era o negativo de uma mesma foto, avesso esperto da malandragem que se manifestava naturalmente difícil. Ele disse que sou confusa,mas sou clara. E é por isso que eu cheguei inteira até aqui. Justamente eu que não sei mentir direito."

[O Rappa]

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fui invadida por um tal desespero que há muito não me acometia.
É uma incurável inópia de ir ser eterna naqueles olhos...
flanando na alma
e sendo em silêncio
em sua vida.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

TEMPO DE DESAPEGO

Ando promovendo o desapego em minha vida... Desapego do que não faz mais sentido.
Mas, de tudo, o mais difícil de se livrar são os sentimentos, por mais que eles sejam indesejáveis. No entanto, persisto e alcanço sempre um pouco mais... ou um pouco menos...

domingo, 26 de outubro de 2008

VERSOS ÍNTIMOS

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo.
Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
[Augusto dos Anjos]
É...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Há dois tipos de choros que engulo frequentemente. Um arranha, mas fortalece; o outro dói, mas purifica.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Não sei o que é mais difícil: aprender a lidar com meus medos ou ter que lidar com os medos alheios.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"HAY QUE ENDURECERSE, PERO SIN PERDER LA TERNURA JAMÁS"
[Che Guevara]



Essa frase nunca fez tanto sentido como agora.
Yo ya comprendo... es necesario endurecer.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MOVIMENTO

Tá difícil... Mas aprendo
e reaprendo!!!
O que me faz continuar...
Os instantes de prazer durante a dificuldade
e depois
o ritmo quente nos ouvidos
o deleite na nova literatura
o vento rápido que descabela
a Lua enorme e amarela no céu estrelado
a voz amiga
e a amada
a cor viva da plantinha
o morango, a azeitona e o milho...
A água gelada!
Ah! Deliciosa inquietação da desordem da vida...

É assim: A beleza me move.
Fechar os olhos para ela é suicídio.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

FARTA!

To cansada do sofrimento gratuito do mundo,
de suas pessoas pedantes, inescrupulosas, arrogantes...
Que asco!
Incompreendo o silêncio da submissão dos que me cercam e me pergunto até que ponto me submeto... Se me submeto.
Estou farta!
Farta desta agonia que paira por perto e da iminência alheia constante do descontrole.
Me pergunto onde posso me encaixar para conviver sem danos com toda esta moléstia...
Na verdade, questiono, principalmente, se há de fato por todo o percurso hierárquico um espaço limpo, livre, são...
E tenho medo.
Temo que ao desenvolver um estômago forte demais para encarar sobriamente a cólera, adquira também uma insensibilidade, apatia e o que há de pior: uma cômoda aceitação do que é mau e injusto.
Não sei...
Não sei se posso com o que não é verdade.
E, mais cedo ou mais tarde, é provável que eu mande tudo abaixo!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

NO CUME CALMO DO MEU OLHO QUE VÊ ASSENTA A SOMBRA SONORA DE UM DISCO VOADOR...

Eu espero

como você espera
um disco voador...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

PARA INSISTIR

O que me deixa plena
é receber um parabéns
e um obrigado
pelo meu sorriso
notado
Uma plenitude que renova,
justifica e transforma
o brilho aqui de dentro.

ULTRA PASSO

"Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos."
[Paulo Leminski]

"Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."
[Manuel Bandeira]

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

aprender a ser racional, objetiva, racional, firme, racional... profissional;
e racional!
aprender a ser mais de uma, ter vertentes... se fragmentar para poupar energia;
e aprender, sobretudo, a guardar os sentimentos para as pessoas e momentos e em que eles realmente importam

terça-feira, 7 de outubro de 2008

QUANDO ME AMEI DE VERDADE

"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é... autenticidade .

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento .
Hoje chamo isso de... amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável ... pessoas , tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... amor -próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo .
Hoje sei que isso é... simplicidade .

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a...humildade .

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro.
Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é... plenitude .

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada."
[Kim e Alison McMillen]

Às vezes esqueço do meu compromisso comigo mesma, com minha felicidade... Mesmo depois de levar uma grande lição de vida e aprender, na marra, que ninguém vai cuidar da minha saúde mental e espiritual por mim. Ainda bem que agora, quando esqueço que minha prioridade de vida sou eu mesma, me lembro rapidinho de me manter firme durante o primeiro e mínimo desequilíbrio.

domingo, 5 de outubro de 2008

SIMPLIFICANDO

EU SIMPLES
FICANDO
NÓS SIMPLES
FICANDO
TUDO SIMPLES
FICANDO...
ENQUANTO VOCÊ
SIMPLES
MENTE

EMBALO

Gosto mesmo é de ficar amassada
entre o ontem e o hoje
num agora que não passa...
Durante o sono embalado
pelo sopro de calma
de seus pulmões.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

RESGATE

Deixa o vento passar
e o sol bater
Deixa a luz entrar
pra dentro do ser

Ilumina a alma
Estanca o prazer
na face dourada
até entardecer



Passou o mês, chegou a primavera, vai acabar a semana, e nenhuma luz literalmente poética me veio.
Por outro lado, tenho andado sob a sombra praticamente poética, que gera uma confortável comunicação entre o mundo e eu. É uma convivência leve, sincera, simples e direta de uma forma que não choca, mas harmoniza.
No entanto, a palavra escrita, quando falta, cria um buraco nos meus sentidos... e na alma.
Por isso o resgate necessário.
E pelo resgate as palavras vêm... mesmo meio tortas e meio rimadas.