terça-feira, 31 de março de 2009

amanhecendo antes da alma clarear.


(alma) quando clarea tudo já se move

(alma) quando escurece tudo ainda se move.

assim a vida corre
sem doer.


Não espere a alma clarear para amanhecer.

"When you told me you were going away, I just closed my eyes and thought how empty this bedroom would be without your soul leading me. I miss the way I felt when you were here. I don't miss words, I just miss your voice whispering softly our crazy desires. I don't miss the tears but the reason to cry. Tears... I have never seen yours, so, they never existed or I was not able to see them in the darkness of our passion. It's my fault. I didn't trust your feeling, only mine. I just wonder do you miss me... or just think about me for some seconds, at least. How am I in your thoughts? What I learned with you? The colors in a lover's eyes are not real. They are magic, not real.
But, I decided to live that illusion. It was my choice. You were my choice. I tried to be happy for a while. I am waiting for you, like many times before...
So you come back...
I can't teel you that something happens in my heart because you are so... thought­less.
I don't believe the words I hear you say, but could you say, just one time, that you love me and you are mine?"

[Retirado do blog solidaoestavel.blogspot.com]

quarta-feira, 25 de março de 2009

APARTAÇÃO.
À PARTE.
PARTE SEM PARTE.
PARTE E FICA.
PARTE MEU CORAÇÃO.
ARDE
A APARTAÇÃO

domingo, 22 de março de 2009

Amanhã quero um dia que comece com água fria. Bem precoce.

sábado, 21 de março de 2009

SÓ, INTEIRAMENTE

[Fernando Pessoa]
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..."

"Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Viver é não conseguir. "

"Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó."

"EU AMO TUDO o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."
"Minha mulher, a solidão,
Consegue que eu não seja triste.
Ah, que bom é o coração
Ter este bem que não existe!
Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja alguém:
Nascem-me os versos do caminho.
Senhor, se há bem que o céu conceda
Submisso à opressão do Fado,
Dá-me eu ser só - veste de seda-,
E fala só - leque animado."

"O meu coração quebrou-se
Como um bocado de vidro
Quis viver e enganou-se..."

quarta-feira, 18 de março de 2009

algum veneno antimonotonia

terça-feira, 17 de março de 2009

EU SOU

"Minha sorte está lançada
Eu sou, eu sou estrada
Eu sou, eu sou levada
Eu sou, eu sou partida
Contra o grande nada - lá vou eu!
Ao romper da madrugada
O sol no pensamento
E o tempo contra o vento
E a minha voz alçada
Contra o grande nada - lá vou eu!
"Quem vem lá?" Pergunta a solidão
"Sou eu!"
Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
Entre os ecos do infinito
Eu grito, eu mato a solidão
Eu sou meu tempo, eu vou
A ferro e fogo, eu corro
Eu vou, eu canto e grito: amor!"
[Vinicius de Moraes]
Eu sou um pouco ou muito dessa poesia. Por isso gosto dela. A cada dia é preciso nos lembrarmos de quem somos e sonhamos ser. Acho que assim a vida flui melhor e não nos perdemos - se essa for a intenção.
É isso que tento a cada amanhecer: Seguir em frente meu caminho errante, não parar. Carregar minhas raízes desencravadas.

domingo, 15 de março de 2009

CHUVA COM SOL

Hoje é mais um dia para o contraponto da vida. A contradição rotineira e o imprevisto tomam minhas horas e planos como nunca. Talvez seja assim pra sempre e talvez nunca possa deixar de contar com esse desregramento do destino.
Enquanto chove em minha alma, a esperança quase racional baseada no mesmo desconhecido do imprevisto a ilumina.
Agora estou em recesso. Como numa pausa, me reservando. E aposto: depois dessa última jogada do destino o que vem é novo, e o que é novo é bem-vindo e dá trabalho.
Para o novo me alcançar, ou vice-versa, é preciso que o lamento seja breve, que o choro não inunde e que a estagnação não aconteça. Foi isso que aprendi sobre não perder tempo.
Pode chover na alma, no peito, na mente, que o sol das minhas horas tem raízes bem cravadas. Assim, por mais que chova, a luz persiste; por mais que a água seja fria, sobre tudo pode acontecer um arco-íris.

quinta-feira, 12 de março de 2009

de vez em quando me vem uma vontade incontrolável de mudar o quando agora é sempre me incontrolável vem uma vontade de mudar o sempre a vez do quando a vontade de mudar é incontrolável o quando a vez o agora o sempre a vontade o mudar o incontrolável.

quarta-feira, 11 de março de 2009

"nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez"
Paulo Leminski

terça-feira, 3 de março de 2009

"A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena."
Antonio Prata