quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Indivisível.
Inespera.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

quando o encontro acontecer seremos cúmplices
dividirei a dor
secreta


só você
me alivia

a solidão angustia

domingo, 20 de dezembro de 2009

APOCALÍPTICA

Às vezes a esperança falta e desacredito no mundo, nas pessoas e em mim mesma.
A relatividade que há em tudo é uma faca de dois gumes e pode, facilmente, pender para o negativo. Assim, os valores mudam, caem, e as coisas perdem o sentido. Fica difícil colocar o preto no branco e a razão torna-se acinzentada, obscura.
Julgamentos aparentam impossíveis e a injustiça prevalece. Nesses momentos sombrios, parece que o mundo vai acabar... não há solução. E salve-se quem puder, pois não virá ninguém por nós.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Metade de mim é dor,
outra metade, esperança.
Parte de mim impulsiona,
a outra, hesita.
Metade de mim é alada,
outra metade, submersa
Pois parte de mim sonha,
e a outra, morre.
Minha metade silenciosa
tem o pavor de parar,
E minha parte musicada
tem a pressa de partir.
Pois parte de mim anseia
a presença
E uma outra metade ama
a distância.
Metade de mim é solidão,
outra, esquecimento
Pois parte de mim é segredo,
e a outra, passado.
Tenho uma metade que cansou,
e uma outra cheia de saudade.
Então uma parte resiste,
e a outra... voa.
Porque há o amor,
e eu o sou da cabeça aos pés.

sábado, 12 de dezembro de 2009

MENTIRAS SINCERAS

Eu me interesso por tudo o que vejo, dizem, por tudo o que surge desde que pareça sincero. Sou dessas que se adapta fácil a ilusões, doces ou amargas, a qualquer tipo de realidade, desde haja sinceridade.
Tudo o que é sincero tem um alto nível de intensidade, e é assim que julgo o quão importante as coisas são. E, para ser honesta, pouco me importam conceitos como certo ou errado. Levo em conta a verdade profunda. É só isso o que a vida exige.
As coisas só caminham para onde queremos quando somos honestos conosco e com tudo e todos que nos cercam. Tenho provado isso a cada passo que dou. E tenho comprovado, principalmente, que tudo, tudo mesmo, é relativo.
A relativação mantém a dúvida, a novidade, o risco, a surpresa. Que assim sempre seja. Ou não.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado"...

Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

EXPANSÃO

"Estão todos loucos, nesse mundo?
Porque a cabeça da gente é uma
só, e as coisas que há e que
estão para haver são demais de muitas,
muito maiores diferentes,
e a gente tem de necessitar de aumentar
a cabeça
para
o
TOTAL"

[João Guimarães Rosa]

Gostava tanto de ficar perto dele que sua ausência se tornara insuportável, inadmissível, inexplicável, além de injusta. Revoltada, buscara suprir seus abraços em outros braços... Mas nunca conseguiu.