quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cada promessa que jamais será cumprida
Uma desesperança

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SOLIDÃO INVADIDA




Se eu não tivesse chegado em casa na noite passada, ninguém saberia. O provável, é que minha ausência começaria a ser sentida só depois das 14h, quando estivesse atrasada o suficiente para escrever a notícia de amanhã.

Ontem dirigi pela madrugada depois do rock à trabalho. "Ora quem é que não sabe o que é se sentir sozinho mais sozinho que um elevador vazio", a música embalava minha volta para casa.

O silêncio do estacionamento apressou meu passo e, quando me vi dentro do apartamento, passei a corrente e me tranquei. Alívio. Enfim, resguardada pelas paredes de meu próprio silêncio.

Tudo exatamente como deveria estar. Minha presença parada no tempo... Quebrada pelo espanto!

Meu vazio era parasitado! Mesmo que sorrateira, peguei no flagra a invasora de minha segurança.

Olhei para a barata, sei que ela me olhou. Após meu grito madrugal, a perseguição começou. E, antes que eu agisse, ela desbarateou por toda a sala.

"Vou te pegar, sua barata safada", avisei. Neste momento, ela tinha encontrado alguma brecha, mas nenhuma que eu não conhecesse.

Invadi todas elas com o veneno em spray, e não demorou para a cascorenta surgir à luz, agonizante.

Foi uma morte breve. Quase saciou meu orgulho - Não aceito ser esperada por uma barata.

No entanto, antes de recolher do chão o que restou da atrevida, tive de me contentar:
A solidão é intranquila. Resta-nos sonhá-la, enquanto o despertar não ocorre.

sábado, 18 de setembro de 2010

"Mas hoje eu só quero chorar
Como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro
Na falta de absinto
Eu sinto tanto eu sinto muito eu nada sinto"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A saudade dói como a morte
só lhe falta o súbito
só lhe resta a esperança

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

"Idealizar é sofrer. Amar é surpreender." [M.M.]

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.
Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.
Tal vez consumirá la luz de Enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.
En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego."

[Neruda]

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo"
[C.F.Abreu]

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Somos a recorrência do encontro
a ocorrência da partida
que afasta pelo espaço
e une pelo tempo