E eu que jurei que nunca mais seria obrigada a sentir saudades, sinto mais uma vez: que saudades!
Profunda e longínquoamente dolorosa.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
PAU MOLE
Assim mesmo.
Não bebo mate
não gosto de água de coco
não ando de bicicleta
não vi ET
e a-d-o-r-o pau mole.
Adoro pau mole
pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.
Adoro pau mole
porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade
que eu prezo e quero, sempre.
Porque ele é ícone do pós-sexo
(que é intrínseca e automaticamente
- ainda que talvez um pouco antecipadamente)
sempre um pré-sexo também.
Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.
É dentro dele,
em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
que mora o pau duro e firme com que meu homem me come."
[Maria Rezende]
quarta-feira, 15 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
UM DIÁRIO ou LIVRO DOS TEMPOS
Tempos e tempos passavam e chegavam e a garota continuava a escrever. Até hoje, quando a menina está mais para mulher. As páginas de lembranças foram conservadas e são relidas cada vez que o tempo novo a acomete a escrever. Esses momentos a cansa... É uma entrega muito grande.
Com o passar dos anos, esses "tempos em tempos" passou a significar um intervalo de pelo menos seis meses entre cada registro. E esse "Diário", que nunca teve uma periodicidade diária, passou a ter um caráter mais distante do nome que levava. Então ela decidiu mudar a capa.
Ali não se tratava de um diário, nem de uma princesa. Então a capa foi coberta sem remorso por um plástico preto, onde foi escrito em azul: Livro dos Tempos. Uma capa muito mais sincera.
Depois de mais de dez anos de histórias, as páginas do livro estão acabando. Algo muito angustiante. Como ainda deve haver muito mais vida a ser vivida, ela deve produzir um "volume II". Antes que as páginas acabem e deixem alguma história pela metade, ela pensa em ir em papelarias para encontrar um novo caderno em brochura, talvez com outra princesa e título clichê na capa. Não importa... Sempre se pode mudar a capa ou nome dado às coisas. Depende de quem nomeia e quando.
O atual título do caderno é válido. Realmente se trata de tempos. Mas ao ler cada tempo escrito se nota que eles trazem algo em comum, sempre: O amor.
O amor é trazido de várias maneiras de tempos em tempos. Às vezes muda o nome, muda a forma... Mas é amor, sempre belo em suas transformações. O verbo dos "tempos em tempos" dela é "amar"; e o de seu livro para com ela é "encantar".
domingo, 12 de abril de 2009
Noite úmida no Planalto Central
À noite, com a luz molhada, tudo brilha mais;
ou...
A luz molhada da noite brilha mais.
Tudo é uma questão de poética e/ou de um bom lead.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Se me fosse dada, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada
e inútil das horas...
Dessa forma, eu digo:
devido à falta de tempo.
tempo que, infelizmente, não voltará mais."
domingo, 5 de abril de 2009
"As ondas do mar fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço.
sábado, 4 de abril de 2009
IMPRESSIONISMO
Naquela tarde quente de fevereiro, fiquei feliz por você quando me deu a notícia de que havia conseguido. Mais um de meus desejos se realizou. Um de seus. No entanto, as coisas na vida costumam ter sempre dois lados; costumam vir acompanhadas de um tal "apesar de" que impede a felicidade de ser completa. Na hora nem lembrei, mas quando desligamos o telefone e cai em mim, em minha cadeira, em minha realidade chapada daquela tarde de expediente, até doeu. Uma dor dupla, que dói e ata as mãos. Uma ironia redundante do destino. Não era possível... Era possível.
"Os ventos as vezes erram a direção".
Depos chegou a noite e te encontrei. Nunca fingi tanto em minha vida. Nunca havia conseguido esconder meus reais sentimentos daquele jeito. Por dentro eu estava travada, contraída, louca. Por fora, tentava ser coerente. Teria feito uma loucura, talvez... Teria chorado, berrado, pedido: Não vá. Teria desidratado. Mas esbocei um sorriso, uma postura firme, apesar de inquieta... como alguém que não liga. Me esforcei muito para segurar todas as lágrimas que se formavam.
Se te conheço bem, - não sei se te conheço bem, só tenho a impressão... nossa relação é tão impressionista a maioria das vezes - por dentro acontecia um revolução. Sei que não foi fácil pra você lidar com tudo o que chegava naquele dia e nos que vieram. Mas não aparentava... Claro que não. Você é craque em guardar seus sentimentos só pra você, é uma rotina... Eu acho. Na verdade, pra mim isso sempre vai ser uma dúvida.
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra
(é meu irmão se a gente não quer!?)
Em certas horas isso é o que nos sobra.
Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool
Atrás de distração, mas eu digo:
Nada disso (nada disso)
Às vezes diminui a dor e a solidão
Tudo isso, ás vezes tudo é fútil
Ficar fébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa
Ficar sóbrio não é solução
A vida até parece uma festa
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra
As vezes é muito caro...
Em certas horas isso é o que nos sobra"
[Paralamas]
Se chover, tomar chuva
Não esperar nada acontecer
Ter saudade no final da tarde
Para quando escurecer, esquecer
[Arnaldo]