quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Que tal nos embriagarmos de vida?

Que tal bebermos a vida?
Seja gelada como uma cerva
ou ardente e corrosiva como uma pinga.
Devemos toma-la todinha até nos embriagarmos!
Caso não aguentemos mais...
é só bota-la pra fora!!

A partir da poesia de Florbela Espanca:

O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...
Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!
A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...
As nossas bocas juntas!...

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