UM QUASE TUDO
Clarice para empurrar:
“Uma das coisas que aprendi
é que se deve viver apesar de.
Apesar de, se deve comer.
Apesar de, se deve amar.
Apesar de, se deve morrer.
Inclusive muitas vezes é o próprio
apesar de que nos empurra para a frente.”
é que se deve viver apesar de.
Apesar de, se deve comer.
Apesar de, se deve amar.
Apesar de, se deve morrer.
Inclusive muitas vezes é o próprio
apesar de que nos empurra para a frente.”
A vida é mesmo uma descoberta feita em instantes. Descoberta de tudo e de mim mesma. Ou só de mim mesma se partir do pressuposto de que sou resultado de tudo com o que entrei em contato. Mas isso também não é uma verdade inteira. Pra falar a verdade, não existe mesmo isso de verdade absoluta, inteira... Então deixemos essa tal de verdade de lado - e o "pra falar a verdade" também. A verdade não importa, talvez nem exista, dependendo da ótica - ou do dono da ótica - o importante mesmo é a sinceridade, ser sincera comigo mesma. E ô coisinha difícil de se alcançar essa tal de "sinceridade comigo mesma". Tive alguns contatos com esta dita cuja e ela já me deixou vários beliscões... um desses me deu a inspiração para começar esta reflexão. Então, volto ao começo.
A vida é mesmo uma descoberta (sinceridades) feita em instantes (beliscões de sinceridade). Descoberta de tudo e de mim mesma. A descoberta é do óbvio; é o ato de aceitação trazido pela sinceridade do que obviamente sou. É um lapso de realidade interior e a resposta para micro-questões que constituem coisas maiores - mas donas de menos complexidade que a singelitude das micro-quetões carrega.
Agora, supostamente, deveria dizer logo o que houve em determinado momento que causou um lapso de sinceridade importante em mim... Ou dizer qual foi uma sinceridade peculiar que alcancei a pouco. Mas não, não há como dizer, talvez nem há o que dizer, até porque - como a maioria das coisas realmente importantes que me acontecem - é algo intrínseco demais, sentimental demais, demasiadamente próprio e de uma linguagem só: a minha, que só eu e eu mesma usamos. Mas esses beliscões de sinceridade realmente me fazem parecer - ou me sentir - alguém super-bem-resolvida...
Talvez eu esteja mesma precisando "me resolver"... E disso só terei certeza quando acontecer.
É... A vida é mesmo uma descoberta feita em instantes.
Lispector para fechar:
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."
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