PAIXÃO PRÓPRIA
Todo amor começa com uma paixão. Ao menos assim é mais fácil começar
um relacionamento amoroso. Talvez uma maneira de cultivar o amor próprio seja o
de se apaixonar por si mesma.
Sabe aqueles nossos relacionamentos em que é óbvio que
existe amor mas a paixão parece ter deixado de existir? Existe respeito,
paciência, companheirismo, carinho, confiança, atenção, todas essas importantes
coisas sutis e “eternizadoras”. No entanto, falta aquele tesão, o brilho no
olhar, aquela admiração estarrecedora, a capacidade de superlativar o que há de
melhor e minimizar os defeitos, a exaltação das virtudes, a empolgação em
descobrir, a dança da conquista, enfim, aquele prazer vívido. Pois é, encanto
de menos pode confundir o amor.
É claro que os relacionamentos evoluem e a paixão se
transforma, mas o encantamento, por mais consciente que seja (o ideal é que
seja assim), deve estar presente. É o verniz do amor, a lubrificação da
convivência, a leveza do aprendizado.
Então, ando teorizando que a construção do amor próprio deve
começar pela “paixão própria”. Afinal, o que de mais prazeroso pode mover uma
convivência do que a paixão?! Comecemos pelo “mundano” mesmo. Depois sublimemos
com mais qualidade. Se percebo que ando deslizando na relação comigo mesma, a
coisa está meio sem base e focada num amor que não sei bem de onde vem, é
melhor plasmar esse relacionamento.
Sendo assim, declaro-me, e acho que inicio aqui uma série:
Paixões que gostaria de declarar a mim mesma
Adoro o seu jeito de sorrir para o mundo. Faz parecer que viver
é bom. E para você é, com certeza. Esse seu jeito fica mais bonito quando eu
sei que apesar do sorriso, existem sim dores, dificuldades, questionamentos,
conflitos. Seu sorriso não quer dizer um dia bom. Quer dizer você mesma. E
quando você ri, é para valer! Que ninguém te segure. Chatos aqueles que acham
estranho. Agrada-me tanto quanto ri!!
Você enrola tanto os cabelos. Quando o faz sei que está
matutando. É uma conexão consigo mesma, e isso é lindo. Mas quando fixa o olhar
aleatoriamente, parece que se transporta para outra dimensão. E é bem isso. É
admirável essa capacidade! É tipo reiniciar a conexão!
Amo seus olhares profundos em quem fala contigo. Sei que
quer doar sua inteira atenção para todos. Esse querer também é lindo. E seus
olhos... como dizem! Esse verde
esperança quer agraciar tudo o que olha.
Adoro a sua necessidade de embelezar o lar. E os detalhes,
só nós sabemos os porquês. A ordem dos livros nas prateleiras, os quadros
escolhidos para as paredes. Tudo para te lembrar o que há de bom! E o quadro de
giz... brilhantemente te norteia. A rede que te acolhe, o mapa mundi que te
chama! O varal de fotos que te lembra os belos lugares por onde passou e as
amizades que conquistou. Lindo o valor que entrega a tudo isso.
E as plantinhas? São a necessidade de vida em sua casa. Amo quando você se sente feliz ao vê-las. Admira verdadeiramente seu perfume e beleza, se alegra quando estão mais belas, e agradece quando as colhe e as come.
Mas, na sua casa nada te acende mais do que aquele prisma cheio de água na janela. Bate o sol e entra o arco-íris. Genial!! Você vira luz também e transpira alegria, amor e gratidão.
O seu cantinho de trabalho e de estudo... Foi palco de algumas produções fantásticas e isso me faz ter certeza que dali sairá muito mais! Poucas coisas são tão harmoniosas quanto você sentada escrevendo. Que você escreva mais, pois o mundo merece essa manifestação.
continua...
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