quarta-feira, 7 de outubro de 2009

OUSADIA É A PALAVRA

Não existe verdade absoluta. A revolução vem de baixo. Não há como ser diferente. Ascende das entranhas, das raízes mais profundas. É assim na história, porque é assim na gente. Tudo no mundo se corresponde e o óbvio sempre é o mais difícil de enxergar.

Acontecimentos se interligam em todos os níveis e não é preciso compreendê-los. Basta sentí-los, acompanhar o fluxo, caminhar em harmonia.

Negar a correnteza requer esforço. Nadar no sentido contrário, cansa. Exercita, mas é errante. Por isso, a pena vale o aprendizado, mas toma tempo e sempre acaba na margem enquanto a vida do rio corre.

No entanto, o ciclo é assim mesmo. A gente erra, insiste, se cansa e vai parar na margem. Para isso as margens - que são tantas - servem: Para nos ensinar sobre o fluxo; para aprendermos a fluir.

Eu não tenho fluído. Tenho tentado demais, errado demais, insistido demais. Me cansei demais. Perdi muitas águas e, principalmente, seu tempo. Fiz mar de água doce. Foi forte, divertido, e me perdi.

Mesmo sabendo que me perderei sempre e sempre e de novo, é bom descansar. É ótimo saber que meu rumo está bem aqui, tocando os meus pés. E, conforme o fôlego volta, me deixo fluir.

Uma revolução está por vir em mim. E essa, de tão profunda, ouso dizer que trará uma nova era, tempos duradouros. Até que a verdade caia novamente.

OUSADIA. É isso que sinto conspirar quando intensiono dar meu primeiro passo. Não importa se racionalmente parece contraditório, mas a maior segurança que sinto, intuo, vem da ousadia. Isso é fluir.


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