domingo, 24 de agosto de 2008

HORMÔNIOS

"Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...
Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!"

"Tecnologia existe
Pra salvar o homem do fim
Se você estiver triste
Delete a tristeza assim
...
Milhares de megabytes
Abatendo a solidão"

"Meu amor, meu bem me queira
Tô solto na buraqueira
Tô num buraco
Fraco como galinha d'angola
...
Você é a minha cura
Se é que alguém tem cura
Você quer que eu
Cometa uma loucura
Se você me quer!
Cometa!"

"Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo?"

"Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro (se bem me lembro)
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos"
.
Zeca Baleiro definifivamente me entende.
Tô naqueles dias de ânsias engasgadas; de solidão manhosa; de lágrimas resmungadas; de carência emotiva; de companhia do blues e da fome.
Tô naqueles dias de mulherzinha dramática doida pra colocar um pijama, fazer um quilo de brigadeiro para assistir um filme de drama ao mesmo tempo que chora e se lambuza... E ao fim dormir de exaustão no sofá coberta com um edredom.
Tô naqueles dias em que os sentimentos se confundem fazendo a dúvida dominar a auto-preservação.
Uma merda só. E o pior é justamente o "só".

Nenhum comentário: