sábado, 4 de abril de 2009

IMPRESSIONISMO

Naquela tarde quente de fevereiro, fiquei feliz por você quando me deu a notícia de que havia conseguido. Mais um de meus desejos se realizou. Um de seus. No entanto, as coisas na vida costumam ter sempre dois lados; costumam vir acompanhadas de um tal "apesar de" que impede a felicidade de ser completa. Na hora nem lembrei, mas quando desligamos o telefone e cai em mim, em minha cadeira, em minha realidade chapada daquela tarde de expediente, até doeu. Uma dor dupla, que dói e ata as mãos. Uma ironia redundante do destino. Não era possível... Era possível.
"Os ventos as vezes erram a direção".
Depos chegou a noite e te encontrei. Nunca fingi tanto em minha vida. Nunca havia conseguido esconder meus reais sentimentos daquele jeito. Por dentro eu estava travada, contraída, louca. Por fora, tentava ser coerente. Teria feito uma loucura, talvez... Teria chorado, berrado, pedido: Não vá. Teria desidratado. Mas esbocei um sorriso, uma postura firme, apesar de inquieta... como alguém que não liga. Me esforcei muito para segurar todas as lágrimas que se formavam.
Se te conheço bem, - não sei se te conheço bem, só tenho a impressão... nossa relação é tão impressionista a maioria das vezes - por dentro acontecia um revolução. Sei que não foi fácil pra você lidar com tudo o que chegava naquele dia e nos que vieram. Mas não aparentava... Claro que não. Você é craque em guardar seus sentimentos só pra você, é uma rotina... Eu acho. Na verdade, pra mim isso sempre vai ser uma dúvida.

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