terça-feira, 9 de novembro de 2010

RUBY

Minha cor preferida ainda é o azul, mas, como boa pisciana, inicio um ciclo vermelho.
Não resisto a doces, assim como aprecio os sabores suaves. Gosto de tempo fresco e de vento, mas acho ruim a falta de variação do clima. Sapatos têm que ser confortáveis, mas às vezes aperto o pé para subir no salto por umas horas... e sempre reclamo depois. Sou gulosa, para tudo. Não tenho grandes arrependimentos na vida, por mais que meus constantes impulsos me tornem uma errante convicta. Na verdade, não tenho tantas convicções assim. Mas o amor, os prazeres, as viagens, as vontades, a ternura, a felicidade e o engajamento sempre me moverão. Sou orgulhosa, teimosa, independente, mas sou humilde. Meu ego não é maior do que eu. Procuro colo, admito erros e compreendo as dores alheias, por mais que nunca as tenha sentido. Meu egoísmo é singelo, não prejudica, e meu altruísmo é amplo e atinge até quem não merece, mas me dedico a ser menos trouxa. Constatei que dignidade também é defender a si mesmo e cuidar para não ser vítima dos soberbos. Não gosto de desperdício e ser usada é desperdiçar minha energia. Já desperdicei muita energia e agora me empenho em reservar para mim o excesso dela. Ainda bem que o aprendizado existe. Aprender é infinito. Eu troco estabilidade por aprendizado. O certo pelo desconhecido. Toda novidade é uma chance, uma possibilidade de caminhos inéditos. Ineditismo não é tão raro, mas é incomum, difícil de alcançar. Não fica por aí dando sopa, mas às vezes dá dicas de sua existência nos acasos da vida. É preciso estar atento, mas também sempre vale a pena desfrutar da desatenção, da incosciência, para viver o inédito. O acaso guarda as melhores fatias da felicidade, mas na maior parte do tempo estamos buscando alguma coisa, constatando, explorando, fazendo acontecer. E isso também é essencial. Desaprender também faz parte da engrenagem. A maioria das coisas da vida podem ser mudadas, podem ganhar novas caras, delegações, significados. Até porque nada é absoluto. Tudo é multifacetado. Eu só faço o que eu quero. Se tenho que fazer algo que não quereria, trato logo de querer. Mas não consigo me lembrar de nada que fiz contra minha vontade.

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